Os (outros) animais têm alma?



Alma é um termo que deriva do latim anǐma, este refere-se ao princípio que dá movimento ao que é vivo, o que é animado ou o que faz mover. De anǐma, derivam diversas palavras tais como: animal (em latim, animalia) (wikipédia)


Um dia, meu pai, desesperado com as formigas que destruíam o verde de seu sítio, colocou sobre o jornal várias iscas que as formigas levariam para o formigueiro e o destruiria, envenenando todos os seus habitantes. O jornal sobre o qual foram colocadas as iscas tinha uma dobra, o que tornava o trabalho delas dificílimo. Subiam lentamente cada uma delas  com sua isca nas costas. Alguns minutos depois, observei que se organizaram da seguinte forma: uma ficava no centro da dobra do jornal, empurrava todas as iscas para a parte mais plana da folha e as outras vinham e as carregavam bem mais depressa. Muito eficiente. Ou seja: resolveram uma situação problema! E ainda, quando percebe que suas "amigas" estão envenenadas e envenando toda a população, vão  rapidamente retirando-as uma a uma do formigueiro. Mas é tarde demais. Relação básica de "causa e efeito"? Vamos então refletir sobre apenas alguns aspectos da abrangente questão proposta neste post.

A questão "os animais têm alma?"tem sido discutida por diversas correntes espiritualistas. Porém, em nossa cultura ocidental, nos referimos a este assunto pensando em nossos animais de estimação. E nossa convivência e interação com eles nos leva obviamente a uma resposta afirmativa. Sim, "meu cachorrinho", "meu gatinho" tem alma.  Vamos ampliar um pouco esta discussão.Nos deteremos apenas ao ponto de vista de nossa cultura ocidental, matriz de nossas concepções mais profundas.  Houve um tempo em que se negava que as mulheres, os indígenas, os negros tinham alma. E a Verdade era propriedade da Igreja e do Estado. Era uma afirmação baseada em percepções equivocadas de gênero, etnia, ser humano, ciência, poder, etc. Uma visão de mundo discriminatória e preconceituosa que estabelecia critérios de valores, justificando a opressão e a tortura, mas que já em seu próprio momento histórico, encontrava corajosa oposição. Muitos morreram para que a humanidade avançasse. Atualmente nos parece um absurdo o fato de um dia as pessoas terem aceito estas idéias como corretas e apoiados nelas praticassem tantas injustiças.. 

Então, voltemos à pergunta inicial desta postagem. Em primeiro lugar, o que é o ser humano? Um animal, com necessidades e características  biológicas muito semlhantes a de tantos outros. Sim, construímos cultura, signos, noções de tempo, conhecimento da natureza; modificamos o mundo e os objetos ao nosso redor. Conseguimos entender e prever certos fenômenos, temos tecnologia que permite ao nosso corpo frágil habitar lugares inóspitos, produzimos arte, conseguimos nos imaginar no lugar de outros.  Porém, não são estas características que talvez nos diferenciem de outros animais, que devem produzir em nós uma "antropolatria", a ponto de nos acreditarmos os únicos seres da criação a posuírem alma. Para quem acredita em Deus, como gerador de toda vida, não faz sentido questionar se algum ser vivo "tem alma". Podemos pesquisar até que ponto a alma de outras espécies se aproxima ou distancia das possibilidades e características da alma humana., Então, podemos  refletir sobre o modo como essas espécies interagem com o mundo, se têm linguagem, se possuem ou não "consciencia de si". 

Porém nenhuma das características que nos igualam ou diferenciam de outros seres vivos, pode ser colocada como um critério imprescindível para justificar a existência ou não de uma alma. Daqui a algum tempo talvez pensemos nos grandes equívocos que cometemos por desconsiderar que a alma é criação Divina, é o que possibilita e movimenta a vida em suas mais diversas manifestações. Então respeitaremos a vida pulsante, além de nós mesmos e nossos "Pets", entendendo que compartilhamos com outros seres o fato de que não temos alma, somos alma. Estaremos, quem sabe, mais próximos de Deus.

Assista:
A questão espiritual dos animais Dra Irvenia Prada (parte 2)
A questão espiritual dos animais Dra Irvenia Prada (parte 3)

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