Retalhos da eternidade

O ser humano, assim que tomou consciência de sua existência, observando a regularidade dos fenômenos naturais, passou a acompanhar os movimentos da natureza ao seu redor, de seu próprio corpo, dos astros... A necessidade de compreender-se dentro deste ciclo dinâmico possibilitou a organização de rotinas em sua comunidade. Tempo de semear, tempo de florescer, de colher, de casar, de gestar um novo ser. E assim, recentemente em relação à história da humanidade e por motivos vários, que não cabem aqui, os seres humanos de quase todo  o planeta passaram a seguir o calendário, como o conhecemos. As estações, as luas, os rituais de passagem marcados pelo movimento da vida, foram substituídos pelos dias, meses e anos. Embora a passagem dos anos nos pareça natural, na verdade os marcadores de tempo são de âmbito social e cultural, enquanto a percepção de duração do tempo é subjetiva  As auroras e crepúsculos são indiferentes ao modo como os observamos. Entretanto, as comunidades humanas da Terra e da Espiritualidade  tomam os marcadores do calendário mundial como períodos de reflexão, transformação e revisão dos caminhos da nossa história pessoal. Dias, meses e anos são pequeninos retalhos de eternidade que nos servem ao espírito. Pensando no valor atribuído a este final de período,  para sair do desejo genérico de felicidade, trago contribuições de espíritos sobre o assunto, para enriquecer e aprofundar nossa reflexão. Espero que apreciem.

"As datas, na vida, são a parte materializada das coisas de ordem moral e a parte espiritualizada das coisas de ordem material. A data do nosso primeiro amor, da nossa primeira saudade, ou do primeiro sofrimento, é o marco miliário posto por nossa memória no espaço indefinido da eternidade; como a data da morte de uma pessoa venerada ou amada, de um descobrimento na evolução do progresso (...) é o traço espiritual  que une, em nossa memória, a idéia prosaica do fato à espiritualidade de nosso saber impalpável, mas real e progressivo. [...] Um ano novo é sempre uma aspiração e uma interrogação. Quantas coisas se perguntam ao ano novo, quantas coisas se espera dele? [...] Cada um deve fazer como a abelha: - sugar os bálsamos da flor enquanto a flor abre as suas pétalas à luz. Deve tirar da vida o que ela tiver de melhor no aroma sutil e espiritual do sentimento,  e no suco doce e aromático da prática do bem, do amor a Deus e ao próximo. Trabalhar, trabalhar assim sempre, como aquele dourado alado obreiro; e em qualquer ligeira paragem para descanso coletivo na grande colmeia social, sorrir para os companheiros, e fortalece-los, animá-los com palavras amigas, de ternura e bom desejo. Ano novo, Ano Bom! Bom ano, boas festas.
(Júlio Diniz. 1 de janeiro de 1906 - psicografado por Fernando de Lacerda, pag 232, do livro " Do Páis da Luz" V 1)

"Um ano representa uma estação de grandes possibilidades para o espírito que se revestiu da vestimenta terrestre. O tempo passa, os dias seguem seu curso, mas venturosa é a alma que guardou o bem, que o praticou, conservando-lhes os princípios sagrados. Nesta oportunidade que se renova, meus filhos, desejo-lhes todas as alegrias justas, toda a paz necessária, todos os valores legítimos do bom trabalho.[...] Os períodos anuais são essas cadeias de interesse sagrado. Se a criatura abusa dos dons e oprtunidades recebidos, destrói as possibilidades de equilibrio e união, mas toda vez em que regressamos ao bem recompomos o caminho, removemos obstáculos para que tudo se erga sobre a harmonia real.[...] O ´Feliz ano novo´ é uma expressão muito terrena, entretanto repito-a  com a novidade no conteúdo. Nas três palavras mencionadas, encerro todos os meus bons desejos a respeito da missão que Deus vos reservou na face da Terra. "
 (Arthur Joviano, mensagem psicografada por Chico Xavier, em 01/01/1941. Pag. 198 do livro "Sementeira de Luz")

"Ano Novo é também renovação de nossa oportunidade de aprender, trabalhar e servir.
O tempo, como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para a necessária ascensão. Lembra-te de que o ano em retorno é novo dia a convocar-te para execução de velhas promessas, que ainda não tiveste a coragem de cumprir.
Se tens inimigo, faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação.
Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para frente.
Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir.
Se a tristeza te requisita, esquece-a e procura a alegria serena da consciência feliz no dever bem cumprido.
Novo Ano! Novo Dia!
Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora.
Recorda que há mais ignorância que maldade, em torno de teu destino.
Não maldigas, nem condenes.
Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão. Não te desanimes, nem te desconsoles.
Cultiva o bom ânimo com os que te visitam, dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.
Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora: - Ama e auxilia sempre. Ajuda aos outros, amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração."
Emmanuel -Livro Vida e Caminho. Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Que no novo ano o coração, a mente e o espírito humano,  pulsem em sintonia com as forças de saúde, amor e paz que emanam de Deus. Em 2011 desejo a você leitor, boas semeaduras, belas floradas e abundantes colheitas nos campos de sua vida. Estaremos juntos por muitos anos.
Cristina


CURIOSIDADES: O nosso calendário foi estabelecido pelo papa Gregório XIII, em 24 de fevereiro de 1582, daí se chamar calendário gregoriano. No entanto, além deste, cuja base é o nascimento de Cristo, há muitos outros calendários ao redor do mundo. Os judeus, por exemplo, contam os anos a partir da data que supõem ter se dado a´criação do mundo, a qual, segundo seus estudiosos, deu-se em 1° de Tishri (setembro). É baseado no movimento lunar. Onde cada mês se inicia com a lua nova (quando é possivel visualizar o primeiro reflexo de luz sobre a superfície lunar. Os muçulmanos contam os anos pela Hégira (do árabe fuga), que foi a fuga de Maomé para Meca quando perseguido pelos inimigos, em 15 de julho de 622 d.C. O calendário chinês é lunissolar. Cada ano possui doze lunações acarretando em um total de 354 dias. Para não se perder a sincronia com o ciclo solar (de 365,25 dias), são acrescentados a cada oito anos noventa dias ao calendário, ou, aproximadamente duas lunações. Desta forma não se perde a sincronia nem com o ciclo solar, nem com o lunar. Por isso, considera-se que o calendário chinês é lunissolar. A partir de 30 de janeiro de 2011, estamos no ano 4709 do calendário chinês.
HISTÓRIA DO NOSSO CALENDÁRIO
A EXATIDÃO DO CALENDÁRIO MAIA

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