Jesus teria passado pelo processo de evolução ou teria sido criado de modo especial por Deus?


Jesus, o anunciado de todos os povos, o espírito da verdade, o Verbo
A lei da evolução é a própria manifestação divina em nós, abrange tudo o que existe.  Portanto, Jesus passou, em algum tempo / espaço pelo processo evolutivo. Com que características, onde, em que tempo? Não temos como saber. O espiritismo esclarece muitas coisas, mas nos mostra a realidade de nossa limitadíssima capacidade  de compreensão das coisas divinas. Podemos imaginar quem é Jesus se considerarmos que desde o surgimento do nosso planeta Ele já era um espírito purificado, cuja ação abrangente no cosmos e na alma humana não conseguimos ainda conhecer. Nossos pequenos ou grandes contratempos terrenos tornam--se insignificantes quando imaginamos que um espírito que paira entre as estrelas, capaz de organizar e construir mundos, se "condensa" a ponto de caber em um corpo de mulher e encarnar como um ser humano comum, simples e humilde.  Ainda assim o impacto de sua mensagem foi tamanho que ecoa pelos séculos afora e sobrevive, em sua essência, a todas as tentativas de  fraude, distorção e reescritas que sofreu até o momento. Seu conhecimento e poder faz com que algumas pessoas ainda hoje o  considerem como o próprio Criador. Mas Jesus é criatura. Para nós, é a a criatura que nos apresenta o projeto de Deus. Por isto Ele disse "eu sou o caminho para a verdade e para a vida" (a eliminação da preposição foi uma das alterações). Está claro que Ele nos mostra o que Deus espera de nós e deste modo nos oferece um sentido para a vida na terra. Como é bem difícil expressar quem é Jesus vejamos o que os espíritos superiores nos escrevem em palavras tão belas e esclarecedoras.

" (...)Essas Inteligências Gloriosas tomam o plasma divino e convertem - no em habitações cósmicas de múltiplas expressões (...) quais moradias  que perduram por milênios e milênios, mas que se desgastam e se transformam, de vez que o Espírito Criado pode formar ou co-criar, mas só Deus é o Criador de Toda a Eternidade." (Evolução em Dois Mundos, pág21) Jesus é uma destas Inteligências co - criadoras em Plano Maior com Deus. Mesmo a criação destes espíritos da esfera crística é impermanente. Só Deus cria a vida, que é eterna.

"(...) A lição do Cristo ficou para sempre na terra, como  o tesouro de todos os infortunados e desvalidos. Sua palavra construiu a fé nas almas humanas fazendo-as entrever  os seus gloriosos destinos". (A Caminho da Luz,  pág 18)

128. Os seres que chamamos de anjos, arcanjos, serafins, formam uma categoria especial, de natureza diferente da dos outros espíritos?
-Não. São espíritos puros: estão no mais alto grau da escala e reúnem em si todas as perfeições.
129. Os Anjos também percorreram todos os graus da evolução?
Percorreram todos. Mas, como já dissemos,  uns aceitaram a sua missão sem murmurar e chegaram  mais depressa, outros empregaram maior ou menor tempo para chegar à perfeição. (Livro dos Espíritos)

"(...) (Jesus) é um espírito puro e, para compreender a natureza de sua alma cândida e bela é preciso compreender o grau de evolução que tinha antes da formação do vosso mundo; analisar sua relação com seus contemporâneos; visualizar a extensão de sua mensagem renovadora. Ele existia desde épocas imemoriais. De onde viria? Qual mundo foi o palco de suas lutas, de seus anseios, de sua história? Não importa. Com certeza os mundos que o viram crescer e nos quais caminhou sobre a superfície não  mais existem .  (...) A alma de Jesus paira entre as estrelas, numa espécie de holo -existência. Seu ser banha-se na luz das luzes, pois ele próprio é o ser, cuja existência supera os conceitos que se possam fazer ou desenvolver a seu respeito. " (Gestação da Terra, pág 123).

Os espíritos falam e, para entender, a nossa alma se cala, por instantes.

Livros citados:
Evolução em dois mundos, psicografia de Chico Xavier, espírito André Luiz
A Caminho da Luz, psicografia de Chico Xavier, espírito Emanuel
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec
Gestação da Terra, psicografia Robson Pinheiro, espírito Alex Zrthú

Comentários

Anônimo disse…
Jesus não passou por nenhum processo de evolução, porque o que já é Perfeito não evolui.

Jesus instiga o pensamento de todas as religiões, porque, afinal, ele se apresentou como homem e por essa razão muitas pessoas o concebem como um ser humano limitado.

Ocorre que Jesus é ilimitado e seus milagres são a expressão de um poder infinito. O que confunde o homem vulgar são as questões mundanas do tipo: por que Jesus não desceu da cruz para salvar a si mesmo?

Jesus não desceu da cruz porque tinha a intenção de deixar um paradigma de comportamento, para que o homem aprendesse a agir nos momentos de dificuldade. Jesus mostrou seu lado humano, sem perder sua divindade.

Jesus é o único Deus da história da humanidade, que se apresentou como um ser humano. Jesus é o ÚNICO deus encarnado, é por essa razão não pode ser nivelado por baixo e nem ser comparado a nenhum mortal.

Jesus está muito acima e muito além de nossa vã capacidade filosófica. Mas, ainda assim, ele quis se fazer humilde para dele pudéssmos nos aproximar.

Existe coisa mais bela do que um Mestre se colocar no mesmo nível de seus discípulos? "Um discípulo não é maior do que o mestre, basta ao discípulo ser como o seu mestre!" Farás coisas muito maiores do que as minhas.

Existe no mundo algo mais lindo do que Jesus? Não existe, meus amores, procurermos no passado, no presente e até no futuro um ideal de perfeição que o supere. Não existe, simplesmente, o que já é Perfeito não evolui.

Beijos
Unknown disse…
O espiritismo nos ensina a respeitar a opinião de todas as pessoas. Cada um se coloca no local e na posição com que se identifica, o que não quer dizer que seja a verdade. "Todo ponto de vista é a vista de um ponto".
Antonio Baracat disse…
Cristina,

Seu raciocínio é prefeito. Se pensarmos com Giordano Bruno, o intelectual nolano que a intolerância inquisitorial matou na fogueira em 17 de fevereiro de 1600, admitiremos que toda a Criação é perfectível, mas a perfeição é atributo exclusivo da divindade. E se formos um pouco mais adiante, invocando o confronto entre Heráclito de Éfeso e Parmênides de Eléa, no século VI a.C., admitiremos que tudo no mundo se move (não no sentido óbvio do termo, mas no sentido de que tudo tem uma origem e um destino, ainda que parciais), menos o Ser por excelência: Deus.
Bruno formulou seu pensamento inspirado neste debate entre os pré-socráticos e pelo Cardeal Nicolau de Cusa, que dizia que nós, o finito e condicionado, somos como o polígono inscrito no círculo: ainda que tenhamos infinitos lados, ainda assim, não conseguiremos a identidade absoluta da curvatura. Neste sentido, racionalmente falando, Jesus é criatura. Me desculpem os teólogos, mas sua pseudociência, que tem mantidos bilhões na obscuridade, quando esgota os argumentos racionais apela simplesmente para dogmas, que nada mais são que os velhos mitos de todas as culturas. E onde fixam mitos a razão não comparece, senão para desalojá-los.
Jesus não é Deus, é criatura. Filho de Deus como todos nós, que com o tempo e dedicação poderemos alcançá-lo e, quem sabe, até superá-lo. Jesus é Mestre por excelência, mas criatura. Ele é um polígono de muito mais lados do que nós, mas um polígono e não um círculo. Círculo é só Deus...
Quanto às suas referências bibliográficas, tome cuidado com uma delas: a psicografia de Robson Pinheiro atribuída a um indiano de nome Alex Zarthú. Esse livro contém equívocos historiográficos sérios que comprometem sua credibilidade. Um que me lembro agora é a afirmação de que a Comuna de Paris ocorreu em 1848 e não em 1871. Aliás, esse médium e outros dois, Arael Magnus e Wanderley Soares, os três da Região Metropolitana de Belo Horizonte, têm produzido material mediúnico mais ou menos uniforme, onde os espíritos comunicantes e os conteúdos mesclam elementos esotéricos, umbandistas, orientais, etc. trazendo mais confusão que luz. Não se trata de preconceito, apenas de prudência. Se você tem André Luiz para fundamentar suas teses, que é irrepreensível, para que recorrer a fontes duvidosas?
Abraço,
Antonio