Inês de Castro e D Pedro: uma história de amor atravessa os séculos. E de onde surgiu a expressão: " agora Inês é morta"


A história de Inês de Castro, imortalizada por Camões, revela um reencontro de almas, que terminou de forma trágica na Coimbra medieval. Eis que em pleno século XX Chico Xavier psicografa as mensagens da rainha póstuma, que foram pulblicadas somente em 2006, pela editora GEEM. Estes relatos e mensagens de reencarnações de vários personagens da história portuguesa e brasileira,  foram mantidos guardadas por quase 30 anos e  organizadas pelo autor, Caio Romacciotti a quem o médium confiou os textos. Um encadeamento de fatos no início de 2006 desencadeou a organização da obra. 

Segue abaixo um breve resumo desta história de amor tão marcante que ainda hoje repercute no coração e na alma portugesa e brasileira. Não deixe de ler o belo livro com as mensagens do Chico.

D. Pedro I, infante de Portugal, era filho do rei D. Afonso IV e de D. Beatriz de Castela. Não se deve confundir com D Pedro I da história brasileira.

Inês de Castro chegou a Portugal em 1340, integrada como aia no séquito de Constança Manuel, filha de João Manuel de Castela, um poderoso nobre descendente da Casa real Castelhana, que iria casar com o príncipe Pedro, herdeiro do trono Português. 

O príncipe apaixonou-se por Inês pouco tempo depois, negligenciando a mulher legítima, Constança, e pondo em perigo as débeis relações com Castela. Tentando separar Pedro e Inês, Constança convida Inês como madrinha do seu primeiro filho varão, o Infante Luís (1343), já que de acordo com os preceitos da Igreja Católica de então, uma relação entre um dos padrinhos e um dos pais do baptisando era quase incestuosa. A criança não durou um ano, o que fez aumentar as desconfianças em relação a Inês de Castro. 

Sendo o romance adúltero vivido às claras, o rei Afonso IV (que havia promulgado leis contra este tipo de situações) manda exilar Inês no castelo de Albuquerque, na fronteira espanhola, em 1344. No entanto, a distância não apagou o amor entre os dois apaixonados e, segundo a lenda, continuavam a corresponder-se com frequência. Em Outubro do ano seguinte, Constança morre ao dar à luz o futuro Fernando I de Portugal, deixando Pedro viúvo e um homem livre. Inês volta do exílio e os dois foram viver juntos para longe da corte, tendo tido quatro filhos: Afonso (morto em criança), João, Dinis e Beatriz. 

Afonso IV tentou por diversas vezes organizar um terceiro casamento para o seu filho, com princesa de sangue real, mas Pedro recusa tomar outra mulher que não Inês. O velho Rei receava a influência da família de Inês, os poderosos Castro, no seu filho e herdeiro; além disso, o único filho varão de Pedro e Constança Manuel, Fernando, era uma criança frágil, e crescia a insegurança em relação à sua vida para que um dos saudáveis filhos de Inês de Castro pudesse ocupar o trono. A nobreza portuguesa também começava a inquietar-se com a crescente influência castelhana sobre o futuro rei. 

O rei Afonso IV decidiu então que a melhor solução seria eliminar Inês. Depois de alguns anos no Norte, Pedro e Inês haviam regressado a Coimbra e se instalado no Paço de Santa Clara.

A 7 de Janeiro de 1355, o rei cede às pressões dos seus conselheiros, e aproveitando a ausência de Pedro numa excursão de caça, envia Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco para executar Inês. Os três dirigiram-se ao Mosteiro de Santa Clara em Coimbra, onde Inês se encontrava e degolaram-na. Tal facto, segundo a lenda, terá originado a cor avermelhada das águas que correm nesse local da Quinta das Lágrimas. 

A morte de Inês fez com que Pedro se revoltasse contra Afonso IV, que responsabilizou pela morte e provocou uma sangrenta guerra civil (nunca foi). A Rainha Beatriz interveio e após meses de luta, a paz foi selada em Agosto de 1355. 

Pedro tornou-se o oitavo rei de Portugal em 1357. Em Junho de 1360 faz a famosa declaração de Cantanhede, legitimando os filhos ao afirmar que se havia casado secretamente com Inês, em 1354 "...em dia que não se lembrava...". A palavra do rei, e de seu capelão foram a única prova deste casamento. Pedro perseguiu os assassinos de Inês, que tinham fugido para Castela. Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves foram apanhados e executados (segundo a lenda, o Rei mandou arrancar a um o coração pelo peito e ao outro pelas costas, e assistiu à execução enquanto se banquetava). Diogo Lopes Pacheco conseguiu escapar para França, e foi mais tarde perdoado pelo Rei no seu leito de morte. 

Pedro mandou construir dois esplêndidos túmulos no mosteiro de Alcobaça, um para si e outro para onde trasladou os restos de sua amada Inês.  Pedro juntou-se a Inês em 1367, e os restos de ambos jazem juntos até hoje, frente a frente, para que, segundo a lenta "possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final

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wikipédia

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Comentários

NUMESC Bossoroca disse…
Olá Cristina, como vai?
Escrevi sovre este livro em um forum.
Ele me chamou a atenção e fiquei muito curioso com o tema.
O desencarne do Chico deixou uma lacuna nas obras mediúnicas que faziam uma retrospectiva histórica a luz da espiritualidade como aconteceu em : " A caminhos da Luz" de Emmanuel e o polêmico "Brasil: Coração do Mundo Pátria do Evamgelho" de Humberto de Campos e as suspeitas modificações na obra feitas pela FEB na época de sua edição como afirma Luciano dos Anjos em seu artigo.
A história é fantástica os bastidores descritos são muito interessantes, no entanto, o autor tenta preservar pessoas que ainda estariam encarnadas o que deixou a trama bastante truncada, principalmente com relação a identidade dos antigos nobres portugueses reencarnados no Brasil particularmente D. Pedro I( o português, não o imperador do Brasil).
Mas é sempre bom ter contato com um material inédito do Chico e fica a especulação de quanta coisa ele deve ter deixado na mão de terceiros aguardando o momento de ser publicada. Aguardemos.
Um abraço.
Eduardo bastos